domingo, 12 de abril de 2009

MEGA ROLÉ

Na saida de Juiz de Fora
Sexta feira da paixão, 7:00h. 
Sob uma forte neblina 4 aventureiros partem de carro, levando suas respectivas "magrelas" para nada mais nada menos que Ibitipoca, Ibiti para os intimos. A principio a ideia era fazer um reconhecimento do terreno para a ida de toda a turma no dia 23 de maio proximo, data do famoso "VÃO BORA PRA IBITI". Mas ninguem imaginava que este iria se transformar no Mega Rolé, tambem apelidado pelo Filippe de "ROLÉ DE ELITE".
Bem, os 4 malucos eram Filippe, Frangão, Thanius e Eu. Thales, gripado, estava fora de combate.
Fomos ate Lima Duarte e paramos no posto de gasolina da terceira entrada. Ali fizemos os preparativos e tomamos um ligeiro cafe da manhã a base de pão na chapa, cafe e guaraviton.

Thanius e eu no pão na chapa antes da subida.


















Partimos em busca de Ibiti. Nos primeiros 15 km tudo muito tranquilo. Estradão super legal, com poucas e suaves subidas. Lembrando que pra chegar em Conceição do Ibitipoca são 28 km. Como havia muitos anos que eu não ia la, simplesmente ja havia esquecido do caminho, das subidas, etc. Portanto, tudo era meio que novidade. 

Na subida pra Ibiti, o visual merece ser clicado.


















Thanius, Frangão e Fillipe


















Depois dos primeiros 15 km a coisa começou a apertar. Muito ingênuo eu em pensar que ia ficar naquela mamata dos quilômetros iniciais, afinal a gente estava indo pra nada mais nada menos que para a Serra de IBITIPOCA. De repente a serra colocou suas manguinhas de fora e começou a mostrar porque antigamente so jippes e carros com tração nas quatro conseguiam subir. Mesmo hoje, com a estrada bastante melhorada, a dificuldade para os carros subirem eh imensa...imagine para os bikers!! (Na subida passamos por 3 carros que não aguentaram a subida e voltaram)

Na chegada a Ibiti

Depois de subidas estenuantes chegamos ao arraial. Hora de recarregar as baterias com energeticos, paçocas e pão de queijo. 

Abaixo Fillipe no momento do descanso.

Frangão, descanso e Guaraviton.
Tudo parecia tranquilo, e ja começava a imaginar a volta. Seriam então 58 km, um razoavel percursso, considerando que a subida foi bastante puxada. Foi então que Eu, Thanius e Filippe nos rendemos a insanidade de nosso companheirão Frangão. Permito-me ate mudar um pouco o velho ditado que diz que "galinha que acompanha pato morre afogada" para outro, considerando que "frangão" eh da familia dos galinaceos o ditado passa a ser "pato (nos 3 somos os patos) que acompanham Frangão, acabam ferrados". Isso tudo porque o Frangão deu a ideia de irmos a Janela do Ceu por fora do parque, por um caminho alternativo (essa coisa de alternativo nunca da certo) que ele conhecia. Ate que não eh longe, seriam mais uns 10 km apenas, mas vc precisava ver que 10 km estes. Subida atras de subida, e algumas boas descidas, o que nos preocupava, pois se estavamos descendo sabiamos que teriamos que subir depois na volta e tudo por nada, porque chegando na janela do ceu fomos impedidos de entrar, pois montaram uma barreira intransponivel, e nem adiantou o Filippe oferecer R$ 50 pro cara la, ele não parecia ser brasileiro...não aceitou! 

Nada Feito. Não da pra ir na Janela do Ceu...mas chegamos perto.

Como consolo, a prainha das aguas geladas e ferruginosas para amenizar as cãimbras

Mas pra não voltar totalmente desapontados o cara la liberou pra gente entrar numa prainha das famosas aguas ferruginosas e geladas de Ibiti. Tomamos um banho restaurador e fizemos a descida de volta. Mas não pensem que era so descida, havia subidas, e fortes, tambem. Foi ai que numa curva o Filippe foi saltar de uma plataforma de pedra e se estatelou no chão. O tombo foi feio e o bicho ficou branco. Braço e joelho avariados. Sua performance veio pra perto de zero e foi penosa a volta. Boa parte do percurso feita na base do empurra bike. Nisso ja era 4 da tarde. Ja havia 8 horas que estavamos em cima das bikes. O cansaço era imenso, beirando o esgotamento. So mesmo os gritos de "vamos guerreiro" do Frangão que nos empurrava pra frente.

Foi ali naquela curva que o Filippe voou.

O cara teve que sentar depois do tombo. Ficou palido. Mas eh guerreiro e brasilero, e não desiste nunca.

Afagar os cachorros que encontramos pelas trilhas faz parte do contexto.

Vencida a volta chegamos novamente a Conceição de Ibitipoca. Reabastecemos novamente e nos colocamos a descer, pois ja passava das 5 e dai a pouco ia escurecer. Essa seria a parte mais facil do Mega Role... seria, se não houvesse uma curva cheia de saibro, um gaiato que nem eu esgotado, e fazendo a curva a uma velocidade acima da velocidade que deveria estar. Não deu outra: Tombo! As consequências foram serias. O cotovelo do braço esquerdo bastante avariado e o dedo polegar da mão direita bastante danificado. Nada quebrado, arrasto-me para a beirada da estrada. Recobro a consciência e vamos em frente. Uma rapida verificada na bike, avaliados os estragos (que não foram poucos), mas que dava ainda pra rodar. Não ha registro fotografico da queda porque o pessoal estava bem a frente.

Thanius, ja em Conceição do Ibitipoca, na volta da Janela do Ceu.

Chegamos a Lima Duarte as 18h em ponto, exatas 10 horas depois de ter saido de la pela manhã. Hora de arrumar as coisas, contabilizar os prejuizos, mas acima de tudo de avaliar as vitorias. 
Foi uma grande aventura que mais uma vez nos coloca no topo. Superamos nossos limites ficando 10 hs em cima das bikes, com exatas 6 horas pedalando efetivamente, mostradas nos computadores de bordo das bikes. Fechamos com 80 km. O cansaço, o esgotamento, as feridas, não são suficientes para nos desanimar, pelo contrario nos compele a cada vez mais ir alem de nossos limites. Como diz o companheirão Filippe: "Marcas da batalha!!!"

Olha so o estrago. O sorriso eh pra disfraçar a dor...rsrsrs

Em Juiz de Fora, depois de uma passagem pelo Hospital Monte Sinai, anestesia, 8 pontos no cotovelo e curativos em geral, fomos para casa descansar o esqueleto, curar os hematomas e dores e nos preparar para mais uma daqui a uma semana. Valeu para que analisassemos bem o percurso, para que nada aconteça no "VÃO BORA PRA IBITI" do dia 23 de maio. A gente se vê la galera.

Eu no hospital. A cara não nega. A coisa tava feia mesmo!!!

Fica mais uma vez a sensação de superação dos limites e de que isso vale muito a pena.
Valeu Thanius, valeu Filippe, valeu Frangão!!!! 

2 comentários:

Filippe disse...

É isso ai meu brother... Em nossas aventuras, (ou seriam batalhas?) nós sempre superando desafios, nossos próprios limites da mente e principalmente do corpo! Retornamos machucados, assados, com cicatrizes talvez eternas, exaustos e fadigados, mas com o espírito renovado! Na minha opinião o mais importante é o que realmente ficará guardado em nossas memórias, tenho certeza que poderemos contar com orgulho pra todos do que somos e fomos capazes de realizar nessa vida. Se por acaso ficássemos em nossas casas simplesmente dormindo, preguiçosos, bebendo, comendo, sei lá... Temos a certeza de que nada nos aconteceria, mas pelo contrário como fomos guerreiros de desafiar nossos limites, quase as nossas realidades, adquirimos experiências talvez inimagináveis do que somos capazes. Só pagando pra ver! Somos fortes sim e adoramos o que fazemos, falo isso por mim e tenho certeza que passo fazer das minhas as suas palavras, não só as suas como a do Thanius e do Frangão. Coloque meu nome sempre que surgirem desafios porque é disso que gosto e sei quanto isso nos faz bem! Um dia de cada vez e assim vivemos da melhor maneira possível. Abraços e melhoras...

Filippe

Thanius disse...

Agora que conhecemos o caminho, dia 23 de maio será bem mais fácil para a turma. Os guias já estão, literalmente, calejados. Vai ser o maior rolé já feito.

Domingo que vem pega leve pai, hehe.