quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu sem você não vivo

Uma música, de Djavan, você já deve ter ouvido um dia.
Apenas uma música, nada mais, mas muito mais que isso.


Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
E o pensamento lá
em você
Eu
sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá
em você
E
tudo me divide
Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores
Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você
E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris

segunda-feira, 26 de abril de 2010

27 de abril

Tem festa no lugarejo, não tem mais lugar pra ninguém.
A data é forte, especial, sem igual.
Um vinho será aberto em um lugar qualquer,
Frio de preferência.
Haverá sorrisos sim, mas não se engane,
A saudade vai lá bater.
Mas quem se importa com isso? Você?
Tem festa lá sim, e você não foi convidado.
Mas nem precisa não, você estará lá assim mesmo.
Tem festa no lugar. Uma data forte pra celebrar.
Coisas que não são desse mundo. Não são desse lugar.
Abril.
Abriu a janela. Janela do tempo.
De um tempo que não volta mais.
Lágrimas? Claro.
Saudade? Nem pergunte, melhor nem falar.
Abril vai passar.

domingo, 25 de abril de 2010

Mantendo a tradição


Esta foto não é do rolé de hoje, mas foi feita no mesmo lugar que fomos hoje, e cá entre nós, ficou bonita, merece ser capa da postagem de hoje.

Enquanto alguns estão ausentes por vários motivos eu vou carregando a bandeira e mantendo a tradição pra não deixar a peteca cair. Tem os que estão ausentes por motivos bem justificados (Elaine = bebê, Cris = tratamento, Igor = trabalho, Filippe = treinando forte) outros nem tanto (Leandro traíra foi andar de moto, Thales preguiça, Hugo provavelmente Cardiministrando). Thanius foi prejudicado. Peguei a bike dele porque perdi a chave do cadeado da minha.
O pedal de hoje contou com Denis, Bruno e Eu. Boas subidas e boas descidas, mas relativamente light. Encontramos com bastante gente pedalando e motos barulhentas.
Tudo bem até chegar na garagem do apê dos meninos. Depois de trilhas técnicas fui me machucar justamente na chegada, e parado. Um leve desequilíbrio e minha perna foi parar debaixo da coroa e seus dentes cheios de graxa. O estrago foi legal. Minha panturrilha que já não estava lá essas coisas (distenção) acabou de ficar ruim de vez. Mas nada que uma semana, mertilolate e álcool iodado não curem. 

Parada pra água. Olha o visual lá atrás.

Semana que vem Denis tá fora, fazendo concurso. Espero que o traíra do Leandro não arrume outro brinquedinho e ja terei achado a chave pro Thanius ir com a gente. Claudinha me disse que mais umas duas semanas está de volta. Semana que vem vai pedalar até Itaipava de speed...guerreira!!! Cris e Elaine também já estão se preparando pra voltar. Serão os velhos tempos de volta?? Quase...faltarão Jainer, Gabi, Flavio...inesquecíveis.

Denis e Bruno


Desculpem a má definição das fotos, foram feitas com o iPhone, bonitinho mas ordinário, pelo menos para fotos. QUERO MEU N95 DE VOLTA...buáááááááááaá´!!!!!

Eu e Denis antes de atravessar a BR040 rumo ao caldo de cana do Tio do São Pedro


Enquanto isso: BORA PEDALAR!!! 

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Degradação


Vendo as fotos abaixo penso estar vendo fotos de campos de concentração.
Impressionante como esses estilistas conseguem fazer isso com mulheres lindas.
Li um texto estes dias que dizia uma coisa muito interessante.
Não quero aqui fazer apologia a homofobia, mesmo porque não tenho absolutamente nada contra homossexuais,
mas realmente vi lógica no que estava sendo dito.
Os estilistas, em sua maioria gays, impõem esse padrão estúpido de beleza (alguem vê beleza nisso??) onde mulheres mais parecem esqueletos,
de uma forma tão veemente que nos remete a indagar por que o fazem, ja que ninguém, ou quase ninguém que tenha um juizo perfeito, pode encontrar beleza nisso.
Dizia este e-mail que recebi, que pelo fato de não poderem ser como as mulheres, e terem domínio sobre as modelos, acabam por impingir a elas esse padrão desumano de "beleza" para se "vingarem".

Uma estranha modinha entre as "tops" esta intrigando o publico que acompanhou os desfiles da São Paulo Fashion Week nesta temporada. Algumas das moças simplesmente abriram mão de suas sobrancelhas - ora totalmente raspadas, ora apenas descoloridas.

Eu vi bastante lógica nisso. Basta olhar as fotos acima pra constatarmos que tem que haver algo de muito débil pra que uma parte de nossa sociedade ache isso bonito. Em sã consciência ninguém pode achar isso bonito.
O incrivel é como esse bando de estilistas consegue impor esse domínio e carregar consigo toda uma parcela da sociedade que lhes dá crédito nessa jornada paranóica. Jornalistas, críticos de moda, gente comum, todo mundo se encanta e fica extasiado nas passarelas de desfiles de moda vendo as figuras esquálidas desfilando, marchando aliás, como se fossem bois marcados, como se não tivessem vida própria. O paradoxo fica por conta da denominação de Top model. Não sei top de quê...Só se for top da degradação humana.
Não satisfeitos com a total degeneração humana que impõem agora deram de raspar ou clarear as sobrancelhas das pobre coitadas.
Eu fico com as mulheres normais, cheias de curvas e vida. Eu fico com a beleza natural, viva, alegre. 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Havia pedras pelo caminho

As pedras do caminho

Drummond se encantaria.
Simples, todas elas. Aos milhares. Mas quando Ciro avistava uma, por menos especial que parecesse, ela o encantava. Se dava ao trabalho de parar a bike, abaixar e pegar. Fazer-lhe uma reverência e guardar. Uma pedra. Uma simples pedra.
Saímos de Juiz de Fora um pouco atrasados. Apesar do Leandro ter me pegado as 06:40h em casa não demos conta de sair as 07:00h como combinado. Esqueci óculos, capacete, luvas... O Filippe também atrasou. Enfim, o que importa é que pegamos estrada rumo a Conceição de Ibitipoca. O plano era chegar ao arraial, deixar os carros e partir pra trilha previamente experimentada pelo Filippe e Cia. E assim foi feito.
Descidas alucinantes, subidas estafantes, visuais indescritíveis, momentos de rara emoção.
As pedras continuavam a ser recolhidas, como troféus de uma batalha sem perdedores. Eu fui agraciado com uma. Guardei.
A turma.
Ciro, Eu, Hugo, Filippe, Leandro e Charlie 

A ida no carro do Leandro. A bordo ele, eu e Charlie. Na frente o carro do Filippe.

A chegada em Ibiti

travessia

Ciro, Charlie, Filippe, Hugo, Leandro e eu. Eis os guerreiros, cavaleiros de sonhos, de desafios, de uma luta onde todos são vencedores.
Nossos troféus são forjados em barro, poeira, em visuais plasticamente construídos pela caprichosa natureza, por seus caminhos tanto tortuosos quanto mágicos. Eles estão lá, pra quem quiser ver, e nós os bikers, como ninguém, sabemos extrair o máximo disso tudo. 

O infinito

Liberdade, abra suas asas sobre mim!

Descemos esta pedra sim senhor!!
Leandro, Filippe, Eu e Charlie.

Gelaaaaaaaaaaaaaaaada!!!!!

A frase não é do Leandro, mas ele sempre a professa: “Os bons meninos vão para o céu, os bikers a qualquer lugar”. Essa frase, aliada às fotos, dá bem a dimensão do que vivemos, e nesse sábado em especial vivemos uma aventura além da nossa imaginação. Não apenas pelo grau de dificuldade, não apenas pela paz de espírito, nem tão somente pelo ar puro e pelo visual, mas também pela amizade e pelo companheirismo que une os bikers. Pelos momentos em que simplesmente esquecemos que possa existir algo além daquilo que nossas vistas alcançam.

Companheirão Leandro

Filippe enxergando uma semana à frente.

Hugo....um mês!!

No Ibitilua no retorno ao arraial

Eu e meu mega amigo Filippe no Ibitilua.

Ciro presenteando Filippe com uma pedra...figuraça!!!

Os presentes de Ciro, nossas amigas pedras, trocaram de lugar. Hoje posam imponentes na minha janela, contemplam meus pensamentos e acompanham minhas palavras tecladas.
Elas me entendem.
Elas estavam no caminho.
Drummond se orgulharia. 

domingo, 4 de abril de 2010

Go back

A mudança do visual do blog não agradou, por isso volto com  o formato antigo.
Lara, desculpe, mas foram varios pedidos....rsrs
Um brinde ao blog, não importa o visual, afinal ele "fez" 30 mil visitas hoje!!!

Pedalando

Hoje teve rolé.
Hugo que andava sumido apareceu, junto com Filippe, pra quem não sabe, os irmãos Franzone.
Também compareceram Leandro e Denis. Thanius dessa vez furou.
Saímos do posto do São Pedro, ponto de encontro e fomos em busca de um down hill anunciado pelo Filippe, que fica lá pras bandas do Milho Branco, começando pelo alto do São Pedro. Belas descidas. Comprei terreno duas vezes, gíria de bikers que significa “cair”. Nada de grave, pelo contrário, adrenalina faz bem...
Depois retornamos para a BR-040 passando pela estrada do Pedra Bonita. Um elo da corrente da bike do Filippe entortou e tive que mais uma vez mostrar meus dotes mecânicos e retirá-lo como numa delicada cirurgia...rs.
Na parada pro conserto pudemos fotografar uma pérola em forma de placa.
Está escrito: “Favor não jogar animais mortos nen resto do animal! Obrigado.” [sic].


Esticamos um pouco mais pelo caminho do canil e voltamos passando pelo Bar Curral.
Dessa vez não teve caldo de cana no tio de São Pedro.
Saímos 8:30 e antes de 11:00 estava em casa. Ao todo 35 km.
Valeu  pra esticar as pernas e ter um motivo pra sair da cama.
Essa semana devo voltar para a academia e melhorar também a alimentação. Tenho sentido os rolés, sinal de que o condicionamento físico esta precisando de mais atenção.
Ah, você viu que meu blog já alcançou 30 mil visitas?
Vai vendo aí...tô fraco não!
Valeu!!

                                                        Hugo, Eu, Filippe e Leandro.

Hugo, Filippe, Denis e Leandro.

NÃO SE ESQUEÇA DE MIM


Roberto Carlos, um Rei polêmico.
São muitos os que não gostam dele, que o acham brega, que criticam a obsessão dele por lançar um disco por ano, pelos já previsíveis especiais de final de ano, pelas letras demagogas pra caminhoneiro, baixinhas, taxistas. Eu me incluo nesse rol, mas inexplicavelmente me incluo também na legião que o admira.
Não gosto de ouvi-lo e muito menos de vê-lo cantar, mas uma coisa tenho que aceitar: ele e Erasmo fizeram verdadeiras poesias cantadas.
Recentemente tive o privilégio de receber uma verdadeira caixa de surpresas, de ninguém menos que minha adorada amiga Ana Lewer, com direito a livro da Lya Luft, muitos CDs de Ana Carolina a Biquini Cavadão, e DVDs de Roberto Carlos a um documentário do flamengo e seu penta-tri!
E foi justamente nesse DVD do Roberto que eu mais viajei.
Quem teve a oportunidade de ver sabe do que estou falando.
Trata-se de um show onde 20 musas, verdadeiras “monstros” da música brasileira, do porte de Nana Caymmi, Ivete Sangalo, Hebe Camargo, Claudia Leite, Ana Carolina, Zizi Possi, Paula Toller...isso pra citar apenas algumas...
Ao ouvir as músicas dele, interpretadas por outras pessoas, pude perceber a magnitude de suas letras, o quanto são refinadas.
Frases antológicas como essa de Força Estranha: “A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou. O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.”
Uma música em especial, que fala de perdas, criou em minha mente um universo paralelo e me transportou para tempos de rara beleza, que tive a sorte de ter vivido.
Preste atenção na letra, e se tiver oportunidade, ouça essa música na voz de Nana Caymmi, uma experiência ímpar.

NÃO SE ESQUEÇA DE MIM

Onde você estiver,
Não se esqueça de mim
Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde
você estiver, não se esqueça de mim

Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde
você estiver, não se esqueça de mim

Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver não se esqueça de mim

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ANTES QUE ELES CRESÇAM

Filhos, filhos...melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los?? Já dizia a Denise.
O texto abaixo fala da relação maravilhosa de pais, filhos, netos...É de longe meu texto preferido.
Agora quero dividir com vocês.
Enjoy!!
Antes que eles cresçam


Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

É que as crianças  crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram  para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta   dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais  vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir  sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.

No princípio  subiam a serra ou iam à casa de  praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo  com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio  dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha  terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.


Affonso Romano de Sant'Anna