terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

VINHO TINTO

Havia o cálice tinto sobre a mesa.

O aroma exalava alto, lembrava o chocolate que não fora lembrado.

As vozes ao redor foram esquecidas, e ignoradas ficavam longe,

muito longe daquele mundo particular que se criou naquela hora.

Queríamos saber tudo em um tempo curto demais pra tanta coisa,

um tempo que insistia em passar.

Nada importava tanto quanto o instante.

Havia uma sede enorme de saber.

Saber de mim, saber de ti, saber de nós.

Afoitos e desordeiros tropeçávamos nas palavras manchadas de tinto e penetrávamos vagarosamente nos mundos um do outro.

Havia uma atmosfera inebriante do perfume marcante

que não vinha da rosa marcada na pele, mas do aroma carmim, aguçado pelos sentidos, que tornavam o momento raro e único.

Eternizado.

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