As pedras do caminho
Drummond se encantaria.
Simples, todas elas. Aos milhares. Mas quando Ciro avistava uma, por menos especial que parecesse, ela o encantava. Se dava ao trabalho de parar a bike, abaixar e pegar. Fazer-lhe uma reverência e guardar. Uma pedra. Uma simples pedra.
Saímos de Juiz de Fora um pouco atrasados. Apesar do Leandro ter me pegado as 06:40h em casa não demos conta de sair as 07:00h como combinado. Esqueci óculos, capacete, luvas... O Filippe também atrasou. Enfim, o que importa é que pegamos estrada rumo a Conceição de Ibitipoca. O plano era chegar ao arraial, deixar os carros e partir pra trilha previamente experimentada pelo Filippe e Cia. E assim foi feito.
Descidas alucinantes, subidas estafantes, visuais indescritíveis, momentos de rara emoção.
As pedras continuavam a ser recolhidas, como troféus de uma batalha sem perdedores. Eu fui agraciado com uma. Guardei.
A turma.
Ciro, Eu, Hugo, Filippe, Leandro e Charlie
A ida no carro do Leandro. A bordo ele, eu e Charlie. Na frente o carro do Filippe.
A chegada em Ibiti
travessia
Ciro, Charlie, Filippe, Hugo, Leandro e eu. Eis os guerreiros, cavaleiros de sonhos, de desafios, de uma luta onde todos são vencedores.
Nossos troféus são forjados em barro, poeira, em visuais plasticamente construídos pela caprichosa natureza, por seus caminhos tanto tortuosos quanto mágicos. Eles estão lá, pra quem quiser ver, e nós os bikers, como ninguém, sabemos extrair o máximo disso tudo.
O infinito
Liberdade, abra suas asas sobre mim!
Descemos esta pedra sim senhor!!
Leandro, Filippe, Eu e Charlie.
Gelaaaaaaaaaaaaaaaada!!!!!
A frase não é do Leandro, mas ele sempre a professa: “Os bons meninos vão para o céu, os bikers a qualquer lugar”. Essa frase, aliada às fotos, dá bem a dimensão do que vivemos, e nesse sábado em especial vivemos uma aventura além da nossa imaginação. Não apenas pelo grau de dificuldade, não apenas pela paz de espírito, nem tão somente pelo ar puro e pelo visual, mas também pela amizade e pelo companheirismo que une os bikers. Pelos momentos em que simplesmente esquecemos que possa existir algo além daquilo que nossas vistas alcançam.
Companheirão Leandro
Filippe enxergando uma semana à frente.
Hugo....um mês!!
No Ibitilua no retorno ao arraial
Eu e meu mega amigo Filippe no Ibitilua.
Ciro presenteando Filippe com uma pedra...figuraça!!!
Os presentes de Ciro, nossas amigas pedras, trocaram de lugar. Hoje posam imponentes na minha janela, contemplam meus pensamentos e acompanham minhas palavras tecladas.
Elas me entendem.
Elas estavam no caminho.
Drummond se orgulharia.